Propriedades PDT das Meso-(4-Piridil)fenilPorfirinas

As meso-(4-piridil)fenilporfirinas são intensamente fluorescentes, apresentando bandas de emissão em ~650 e 715 nm. As porfirinas supermoleculares também são fluorescentes, exibindo bandas de emissão na mesma região e efeito antena a baixas temperaturas. Porém, a emissão é consideravelmente suprimida  pela coordenação dos complexos [Ru(bipy) 2Cl]+. Os tempos de vida desses complexos em acetonitrila foram determinados pela técnica de fotólise relâmpago. Estes se referem ao tempo de vida do estado excitado triplete localizado na porfirina, pois o tempo de vida do estado singlete se encontra na faixa de sub-nanossegundos. Por outro lado, a reação de maior interesse em terapia fotodinâmica é a transferência de energia do fotossensibilizador no estado excitado para o O2. Verificou-se que as constantes de velocidade são iguais a 1,3x109 s -1 dentro do erro experimental, não havendo uma influência significativa do número de complexos de rutênio periféricos sobre esse parâmetro. Logo, a supressão do estado triplete T 1 deve ocorrer pela colisão da molécula de O 2 diretamente com o anel porfirínico, não envolvendo os complexos [Ru(bipy)2Cl]+ periféricos.

Para se verificar o mecanismo da reação de supressão, foram realizadas medidas para se determinar o rendimento quântico de formação  de oxigênio singlete. Os rendimentos quânticos de formação de oxigênio singlete sensibilizadas pelas porfirinas supermoleculares foram iguais aqueles sensibilizados pelo TPP, dentro do erro experimental, sendo a eficiência das meso-(4-piridil)fenilporfirinas um pouco superiores. Esse resultado indica que a principal rota (se não a única) de sensibilização é por transferência de energia e formação de oxigênio singlete. Além disso, a presença dos complexos [Ru(bipy) 2Cl]+  não influencia significativamente o rendimento quântico.  Essa característica pode ser usada para ajustar a força e tipo de interação das porfirinas com as biomoléculas, tendo em vista o controle da atividade fotodinâmica, pois os grupos periféricos atuam como sítios de interação com as biomoléculas. 

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