Semana de Recepção aos calouros do IQUSP recebe Ester Sabino para Aula Magna

Na última quinta-feira (23), foi ministrada pela professora Ester Sabino a Aula Magna ‘Evolução da epidemia de SARS-CoV-2 no Brasil’, no Anfiteatro Paschoal Senise do IQUSP. Ester Sabino é docente do Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina da USP, desenvolve pesquisas voltadas às epidemias de HIV, arbovírus e SARS-CoV-2 e à segurança de transfusão sanguínea. Uma de suas importantes contribuições à Ciência se deu durante a pandemia, na qual Ester liderou o projeto voltado ao sequenciamento do genoma do novo coronavírus.

Para contar como se deu seu trabalho com o coronavírus, Sabino voltou aos momentos iniciais da pandemia, quando ainda buscavam-se os primeiros casos e como se daria a porta de entrada do vírus no Brasil. Como descreveu, um dos focos foi a rota dos aviões que chegavam do exterior. Ela também compartilhou com o público alguns dados gráficos sobre a análise da contaminação do coronavírus antes e depois de intervenções não-farmacológicas — como o isolamento — e, posteriormente, com as vacinas.

Uma das estratégias que Ester compartilhou para a sua pesquisa em coronavírus foi a busca de dados a partir de bancos de coleta de sangue. Entre os desafios do começo da pandemia, ela citou a escassez de insumos, o cenário político — a respeito da gestão da saúde pública — e poucos resultados, para um panorama geral, vindos de testes de Covid. Sobre isso, Ester citou que a situação socioeconômica do país influenciou na realização das testagens e nas medidas de contenção do vírus. “Foi uma epidemia em que todo mundo estava na mesma tempestade, mas não no mesmo barco”, destacou a pesquisadora. Ao passo que comentava sobre o SARS-CoV-2, ela trouxe também casos de pandemias anteriores, a fim de discutir sobre estratégias e métodos de pesquisa.

Um dos casos trazidos pela professora foi a progressão da contaminação por coronavírus em Manaus. Um dos focos em que trabalhou com seu grupo foi saber sobre a queda de anticorpos nos pacientes com Covid, para se ter informações sobre a taxa de infecção — que, como descreveu, na primeira onda a taxa de ataque (high attack rate) chegou a 65% na cidade. A importância desse resultado se deu nas primeiras expectativas quanto à imunidade de rebanho — quando não se tinha certeza da possibilidade de reinfecção. Após esse índice, a partir do momento em que começaram a aumentar os casos, Sabine comentou como se deu a nova etapa de pesquisa da evolução do vírus, com os estudos de reinfecção em Manaus. 

Além das questões científicas que estiveram envolvidas na pandemia de Covid-19, Sabino pontuou na aula como o cenário geopolítico e a gestão política interna dos países também tiveram papel de grande importância na corrida contra o coronavírus. Em especial, ela lembra a aquisição em massa de vacinas feita pelos EUA em 2020.

A Aula Magna pode ser assistida através deste link.
 
Por Aldrey Olegario | Comunicação IQUSP
 
Data de Expiração: 
01/01/3050