IQUSP é aprovado em Relatório de Avaliação da Unidade no período de 2018-2022

Em novembro de 2016, o Conselho Universitário (Co) aprovou um novo sistema de avaliação da Universidade de São Paulo. Ele é centrado em projetos acadêmicos das diferentes instâncias universitárias — as unidades de ensino, institutos especializados e museus; os seus respectivos departamentos; e, por fim, os docentes.

O projeto acadêmico é um plano de ações no qual o docente, o departamento e a unidade definem objetivos e metas para o próximo período avaliativo, que ficou definido em cinco anos. Posteriormente, a ideia é que o material coletado fosse utilizado como base para a construção do próprio projeto acadêmico da USP.

No final de 2022, cada unidade produziu um relatório de avaliação, em que foi apresentado o desempenho alcançado com base nas metas e objetivos definidos no projeto acadêmico, bem como vulnerabilidades e projeções de melhoria.

A seguir, apresentamos à comunidade os principais pontos discutidos no relatório, bem como o parecer final das comissões responsáveis por avaliá-lo.

 

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA UNIDADE — IQUSP (2018-2022)

 

Destaques apontados entre o que foi feito no período avaliado:

Geral

  • “No relatório de avaliação, a Unidade confirma a missão, visão e valores descritos no Projeto Acadêmico Institucional (PA) do período 2018-2022, e responde integralmente às questões do formulário, apresentando informações que mostram o atendimento de compromissos assumidos no início do ciclo avaliativo”.
  • Criação do grupo COOPERA-IQ durante a pandemia de COVID-19;
  • Criação recente de um Grupo de Comunicação no IQUSP.

 

Graduação

  • Implementação de nova estrutura curricular da graduação;
  • Meta: aumentar a inserção dos cursos de Química na sociedade e atrair talentos do ensino médio. Ações: vídeo institucional do IQ; disponibilização do Laboratório de Bioquímica para a realização de atividades experimentais por alunos da Escola Técnica CEPAM; participação na organização das Olimpíadas de Química do Estado de São Paulo.
  • Meta: modernização dos cursos de Química. Ações: criação do Grupo de Apoio Pedagógico e do Programa de Avaliação de Disciplinas de Graduação (PADIQ); adaptação de disciplinas para o ensino remoto entre 2020-2021; implementação de notas interativas digitais e cursos online para estudantes de ensino médio; organização do I Workshop de Ensino de Graduação do IQ e do II Workshop Uso de Ambiente Virtual de Apoio: e-Disciplinas; disponibilização de softwares desenvolvidos por docentes, cursos de extensão e livros; oferecimento de Bolsas PEEG.
  • Meta: diminuir a evasão. Ações: melhoria do ensino e oferecimento de bolsas; ações para acolhimento em casos de problemas de saúde mental, como o programa de tutoria e o Programa Aluno IQ.

 

Pós-Graduação

  • “O IQ pretende manter a excelência dos programas de Pós-Graduação e melhorar seus índices. Os programas de Química e Bioquímica tiveram notas máximas (7) nas duas últimas avaliações CAPES. Foram publicados mais de 400 artigos científicos por ano e, desta produção, a maior parte está no estrato A do Qualis CAPES”.
  • “Entre 2017 e 2020, houve 12 pedidos de patente do Programa de Química, 5 pedidos de patente do Programa de Bioquímica e o primeiro licenciamento de uma patente do IQ”.
  • “O número de ingressantes na pós-graduação no ciclo avaliativo foi cerca de 20% menor do que no período anterior — provavelmente por causa da pandemia e da crise de financiamento à ciência nesse período”.
  • Meta: aumento da internacionalização. Ações: acordo de dupla-titulação com a Ohio State University; missões para as Universidades do Chile e do Porto; exames de ingresso online; aumento do número de disciplinas em inglês.
  • Meta: melhoria do ensino e pesquisa. Ações: disciplinas com convidados estrangeiros em áreas de fronteira; premiação anual das 10 melhores publicações de alunos (Química); auxílio-viagem para congressos internacionais; criação de comitês de acompanhamento científico de teses (Bioquímica).
  • Meta: atração de novos talentos. Ações: divulgação da PG nos congressos de Química e Bioquímica e em visitas a IES públicas e privadas no país e exterior; presença de perfis dos programas nas mídias sociais; produção de vídeos para divulgação na página do IQ; cursos de extensão organizados por orientadores e alunos de PG.
  • Meta: aumento da interação com a sociedade. Ações: atuação de docentes em divulgação na mídia tradicional e redes sociais; criação de duas disciplinas de Divulgação Científica; forte engajamento nas pesquisas contra a COVID-19; realização de Workshops do Mestrado Profissional para atrair participantes da indústria; realização em 2019 da Primeira Feira de Inovação do IQ.

 

Pesquisa

  • “O IQ é reconhecido como um Instituto de excelência tanto no Brasil como no exterior, com pesquisa caracterizada pela interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Diversos pesquisadores são coordenadores de Núcleos de Apoio à Pesquisa”.
  • “O IQ sedia um CEPID-FAPESP e o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia; é a segunda Unidade da USP em número de patentes, tendo depositado cerca de 140 patentes até 2017 com a Agência USP de Inovação”.
  • “A melhoria de infraestrutura de pesquisa é feita através da Reserva Técnica Institucional, com recursos provenientes de projetos FAPESP. O IQ conta também com uma Central Analítica e outros centros de facilidades”.
  • Meta: aumentar a interação com o setor empresarial e a aproximação entre pesquisas acadêmica e industrial. Ações: diversos convênios foram firmados com empresas brasileiras e estrangeiras, envolvendo mais de 13 milhões de reais entre 2018 e 2022.
  • Meta: ampliar a divulgação das linhas de pesquisa e dos resultados para a sociedade. Ações: projeto institucional “Tratamento de resíduos e efluentes de laboratórios didáticos e de pesquisa”; workshop ‘Iniciativas de Gestão Ambiental na USP’; evento comemorativo aos 50 anos do IQ.

 

Cultura e Extensão

  • “O IQUSP possui intensas atividades de extensão, que incluem formação profissional, educação profissionalizante, assessoria, consultoria, prestação de serviços especializados, assistências e orientações”.
  • Meta: manter a agenda de atividades já existentes. Ações: os eventos do grupo Química em Ação, Programa USP e as Profissões, Olimpíada de Química (etapa estadual) e Semana da Química foram mantidos, mesmo com a pandemia, na forma virtual.
  • Meta: diversificar e valorizar as atividades de extensão. Ações: apesar das dificuldades durante o período de pandemia, disciplinas, cursos, minicursos, mesas redondas e outras atividades foram realizadas.
  • Meta: aproximar novos segmentos da sociedade civil para a Universidade. Ações: em conjunto com a Comissão de Pesquisa e Inovação, o Mestrado Profissional e a Diretoria, o IQ tem procurado se aproximar de novos segmentos empresariais para colaborações. Em 2022, foi realizado um evento inédito em parceria com docentes da Escola Politécnica e da Faculdade de Medicina.
  • Meta: atuar na difusão pública da química e da metodologia científica. Ações: essa meta tem sido continuamente expandida. Muitos docentes atuaram em esclarecimentos ligados à pandemia no período.
  • Meta: melhorar o sistema de cadastramento e gestão das atividades de cultura e extensão. Ações: a CCEx está trabalhando com métricas de atividades de cultura e extensão para valorização da carreira, para incentivar a participação de docentes, alunos e funcionários nessas atividades, e lançará um edital para premiar docentes e iniciativas de destaque na unidade.

 

Eixos Transversais Integrativos

  • “Os estudantes de graduação são introduzidos no universo da pesquisa desde o primeiro contato com o IQ, já na Semana de Recepção aos Calouros. Com o mesmo propósito, há os eventos SIICUSP e Alunos na Ciência, assim como disciplinas de graduação sobre pesquisa científica”.
  • “A integração entre graduandos e pós-graduandos ocorre nas disciplinas de pós-graduação que são oferecidas como optativas eletivas para a graduação e nos cursos de difusão. Há também os Estágios de Aperfeiçoamento Didático do Instituto de Química (ESTADIQ), complementares ao PAE”.
  • “No grupo de extensão IQ-Junior, alunos de graduação resolvem problemas para empresas. Há espaços na Biblioteca do Conjunto das Químicas para exposições de arte de alunos, servidores e docentes. A diretoria do IQ também instituiu o Grupo de Trabalho de Comunicação para propor diretrizes para a comunicação interna e divulgação das atividades acadêmico-científicas para a sociedade”.
  • “Quanto à internacionalização, os estudantes são estimulados a pedir auxílios em programas como o BEPE-FAPESP e PDSE CAPES. O Programa de Pós-Graduação em Bioquímica mantém o “Prêmio Viagem", que apoia financeiramente a realização de estágios sanduíche no exterior e a participação dos estudantes em congressos internacionais. Firmaram-se acordo de dupla-titulação com a Ohio State University e protocolo de intenções com a Universidad de Chile. Para integrar a comunidade com instituições e pesquisadores estrangeiros, o IQ conta com a Comissão de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional (CRInt-IQ)”.

 

Gestão

  • “Durante o período avaliativo, o IQ implementou novas ferramentas de registro das atividades administrativas e acadêmicas, como Help-Desk, Reserva de Salas, Papeleta Eletrônica e Módulo de Pagamento Eletrônico à Distância. Além disso, participou do desenvolvimento e implantação do sistema corporativo GIP — Gestão de Informação de Projetos”.
  • “A aplicação de processos auto-avaliativos para o funcionalismo não docente foi um diferencial do IQ em relação ao restante da USP. Com a redução do quadro de funcionários, a reorganização administrativa resultou em trabalho multivalente para alguns servidores e integração de funções, demandando a recapacitação do corpo técnico e administrativo. Já no caso dos laboratórios, a demanda por técnicos especializados não pode ser compensada por políticas de remanejamento e é realmente necessária a contratação de novos técnicos com formação em química e bioquímica”.
  • “Desde 2014, a administração tem criado e acompanhado indicadores de eficiência mais gerais, com o objetivo de captar deficiências, tais como problemas de fluxo de informações, de processos e de habilidades. Assim evidenciam-se ações institucionais necessárias, como investimentos em reformas processuais, capacitação pessoal e informatização de serviços internos. Quanto ao problema de infraestrutura física, um projeto para edificação didática já está aprovado pela USP”.
  • “Em 2020, a Comissão Assessora de Acompanhamento foi ampliada, com a inclusão de docentes, servidores e alunos, constituindo-se a Comissão de Organização e Planejamento de Estratégias para o Retorno às Atividades do IQ (COOPERA-IQ) para o retorno seguro pós-pandemia”.

 

Algumas metas projetadas para o próximo período avaliativo:

  • A Unidade “pretende no próximo ciclo dar ênfase a alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ressalta que a perspectiva é atingir novos patamares de excelência e estar entre os melhores do mundo, cuidando da formação dos discentes, apoiando a pesquisa básica, estimulando o empreendedorismo e a inovação, e atendendo às necessidades da sociedade e dos setores industriais”.
  • Ações para acolhimento de membros da comunidade com problemas de saúde mental, tais como depressão, a serem elaboradas com o auxílio da Comissão de Inclusão e Pertencimento.
  • Expandir os cursos gratuitos e pagos de Cultura e Extensão no IQ. Porém, é preciso superar o obstáculo da falta de pessoal, uma vez que a CCEx tem apenas um secretário, que se divide entre outras comissões.

 

Parecer final das comissões avaliadoras do relatório:

“O IQ tem atuação excelente nas atividades-fim da Universidade, com reconhecimento nacional e internacional. As metas foram, em geral, colocadas de maneira muito objetiva, com indicadores qualitativos/quantitativos, os quais foram comentados ou valorados na medida do possível, demonstrando-se a consecução da maioria dos objetivos e metas do projeto acadêmico 2018-2022. O gargalo para manter a excelência experimental do IQ, principalmente na graduação, parece ser a segurança e a adequação dos edifícios, além da falta de pessoal técnico especializado em Química e Bioquímica. Recomenda-se que o IQ atente para esses aspectos no próximo ciclo avaliativo.

A Comissão de Avaliação Institucional recomenda a aprovação do relatório”.

 

Referências

https://www.cpa.usp.br/

https://jornal.usp.br/especial/wp-content/uploads/jornal_da_usp_especial_avaliacao_docente.pdf

 

Por Bruna Larotonda | Comunicação IQUSP