Professores do IQUSP lançam livro sobre compostos de coordenação pela Edusp

Os docentes Ana Maria da Costa Ferreira e Henrique Eisi Toma lançaram nesta segunda-feira (17) o livro “Química de Coordenação: uma Abordagem Experimental”. A celebração deste trabalho — que teve seu início há décadas — se deu na Biblioteca Guita e José Mindlin, na livraria Edusp.
 
A obra trata de um conteúdo didático, que reúne a experiência dos dois docentes com a teoria dos compostos de coordenação. Para além da parte teórica, a descrição prática de experimentos com elementos metálicos é uma característica marcante do livro.
 
Os professores do Departamento de Química Fundamental contam que a ideia desta publicação apareceu em 2018, a partir de um concurso organizado pela Edusp. Embora a formulação do livro tenha sido idealizada naquele ano, suas bases tiveram início muito antes.
 
“A característica desse livro é que ele é inteiro autoria nossa, criação daqui, e reúne experimentos que nós executamos nos últimos 40 anos. Conta uma história da evolução da própria pesquisa. São todas coisas feitas aqui, não se tem nada importado. É uma cultura genuína” diz o professor Henrique.  
 
A professora Ana relembra as mudanças que o ensino de química de coordenação teve ao longo do tempo e a contribuição do modelo de abordagem proposto por ela e o professor Henrique. “A gente é da geração que só teve química de coordenação na pós, porque é nos anos 70 que as ideias da química de coordenação ganham vida. Já existia algo sim, Werner já tinha falado, mas foi nos 70 que começaram a caracterizar e perceberam a utilidade em catálise, em fotoquímica, na bioinorgânica”, explica a professora.
 
A partir de então, os docentes viram em uma atualização curricular a oportunidade para sugerir um novo caminho para a química de coordenação. “Em 81, aproveitamos uma mudança de currículo para introduzir a química de coordenação como uma disciplina separada das outras. Antes, ela era dada junto com química geral, analítica, aos pedaços. Não se tinha um foco na química de coordenação. E esse modelo novo acabou se espalhando pelo Brasil e fora, porque levamos essa proposta para congressos, trouxemos professores para ver”,  descreve Ana.
 
Ela pontua que grande parte das obras em química de coordenação atualmente estão focadas em aspectos específicos e voltadas para o público da pós-graduação. Daí a relevância e necessidade dos professores em formular um material didático para a graduação. “É uma grande luta para chegar até aqui e por isso ficamos muito contentes. É uma das realizações que julgo mais importante, porque vai atingir muita gente”, comenta a professora.
 
Alunos, ex-alunos e colegas da docência marcaram presença no lançamento do livro dos professores do IQ [Imagem: Aldrey Olegario/ Comunicação IQUSP]
 
Durante a celebração, o público pôde participar do sorteio de um exemplar, colher autógrafos e conversar com os autores. Rodrigo Fazzi e Marcelo Cecconi são doutores em química formados pelo IQ e contam como foi prestigiar seus professores nesse momento. 
 
"É muito legal, porque eu fiz minha graduação e trabalhei junto com a professora Ana, então ela acompanhou minha carreira inteira como cientista. Ela me ensinou muito. O livro é muito baseado nas aulas que eles dão e tem ideias muito importantes, que eles usaram enquanto fui aluno e que agora eu, como professor, consigo usar com os alunos até que não sejam da graduação. É gratificante poder ver e absorver um pouco do conhecimento dessas duas feras”, conta Rodrigo.
 
“Acho que a ideia do livro é trazer conceitos também. Tive um contato breve com o livro e você poder ter um apoio de teoria, para aplicar os experimentos que estão sendo propostos, ajuda a elaborar a aula e pensar o que planeja fazer nas atividades com os alunos. Isso é bem legal”, diz Marcelo.
 
Outro lado da produção: a divulgação da obra
 
Para além da etapa de produção do livro, outro estágio importante é o da divulgação deste material. É por meio da divulgação que o conteúdo chega a seu público específico e atinge o objetivo para o qual ele foi elaborado. 
 
Uma das dificuldades encontradas neste ofício, no caso de livros didáticos e técnicos, é que eles atendem a um público determinado. Assim, a tarefa da editora na divulgação estratégica dessas obras passa a ser mediar a ponte entre os leitores e os autores.
 
Regina Brandão é responsável pela divisão de marketing da Edusp e conta como funciona esse processo. “A Edusp publica livros acadêmicos de professores, alunos de doutorado e pós-doutorado da USP e de outras universidades. Quando o livro é feito, ele passa por uma série de avaliações e revisões — principalmente quando falamos de livros da área da química, que possuem muitas ilustrações e fórmulas — para que, aí sim, ele vá para a gráfica”, descreve. 
 
“Após isso, quando o livro chega da gráfica, começa a etapa de divulgação — que é uma das mais difíceis no mundo hoje em dia, porque se tem milhares de livros sendo publicados e a ideia é chegar ao público leitor desse livro. O que fazemos é preparar um material de divulgação para as redes sociais e newsletter, com entrevistas para os clientes da loja e docentes. E o que procuramos é, em parceria com os autores, descobrir os lugares em potencial que tem leitores que possam se interessar pelo livro — no caso desse livro, a Sociedade Brasileira de Química, os alunos e a comunidade científica", completa Regina.
 
O livro “Química de Coordenação: uma Abordagem Experimental” pode ser adquirido na loja física ou virtual da Edusp.
 
 
Por Aldrey Olegario | Comunicação IQUSP
 
Data de Expiração: 
01/01/3050