Palestra ‘Pode ser Assédio?’, da docente Heloisa Buarque de Almeida, acontece no IQUSP

Na sexta-feira (17), Heloisa Buarque de Almeida, docente do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, esteve no IQ para falar sobre assédio no ambiente universitário. A palestra “Pode ser Assédio?” discorreu sobre as especificidades do assédio na universidade, os desafios das instituições para tratar deste tema e como as categorias de gênero, raça e sexualidade se relacionam com as discussões sobre violência.
 
Entre suas linhas de pesquisa, Heloisa destaca o estudo dos marcadores sociais da diferença e antropologia urbana, em recortes como corpo, violência de gênero e consumo. Desde 2015, a pesquisadora trabalha com o tema da violação de direitos humanos nas universidades paulistas. Ao relembrar casos e levantamentos de pesquisa, Almeida explica como o debate a respeito do assédio sexual e moral no ambiente universitário precisa ser ampliado, de forma a proporcionar às vítimas um melhor direcionamento sobre onde buscar acolhimento e ajuda. 
 
“As mudanças legais são posteriores às mudanças na percepção dos sujeitos”, diz Heloisa Almeida durante a palestra.
 
Ao tratar da categoria ‘violência’, como a pesquisadora define, Heloisa trouxe para a discussão um panorama das legislações e das dificuldades enfrentadas pelas vítimas na universidade ao tratar o tema judicialmente. Sobre isto, Almeida apontou também como as relações de hierarquia e prestígio no ambiente universitário influenciam a realização ou não de uma queixa ou denúncia em situações de assédio: seja pelo receio do constrangimento ou pela própria desvalorização da queixa ou denúncia. 
 
Como foco de ação para lidar com o tema do assédio nas universidades, Heloisa Almeida destaca três pontos principais: acolhimento, investigação e prevenção. O acolhimento, na forma de espaços de escuta para as vítimas e para os profissionais que atendem às denúncias; a investigação dos casos, para garantir a segurança das vítimas e responsabilização do agressor; e políticas de prevenção, como ações de informação. Ainda, a pesquisadora reforçou que a fronteira entre o que é ou não assédio passa pelo consentimento e a reciprocidade.
 
 
Onde buscar acolhimento e ajuda em casos de assédio ou discriminação na Universidade de São Paulo?
 
 
  • Campus Butantã: PROGRAMA ECOS – Escuta, Cuidado e Orientação em Saúde Mental
Endereço: Rua do Anfiteatro, 181 – Favo 22 – Cidade Universitária – São Paulo/SP 
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 08h às 17h
Telefone: (11) 3091-8345
 
 
  • Campus Ribeirão Preto: CAV-Mulheres
Endereço: Avenida Bandeirantes, 3900 – 14040-900 Ribeirão Preto/SP
 
 
Por Aldrey Olegario | Comunicação IQUSP
 
Data de Expiração: 
01/01/3050